• Facebook
  • X
  • Youtube
  • Flickr
  • LinkedIn
  • Instagram
  • Soundcloud
  • ACESSE O EAD
atendimento@appbrasil.org.br | +55 (11) 93454-0671
APP Brasil
  • APPCAST
    • APPCAST – CARREIRAS
    • Jingles
  • APP TV
  • APP Brasil
    • Código de Ética
    • Corpo Diretivo
    • Diversidade e inclusão
    • Estatuto Social 2024
    • Embaixadores APP Brasil
    • Presidentes APP
    • Mantenedores
  • Regionais APP
  • Cursos
    • Cursoria
    • EAD APP Brasil
  • Guias e Serviços
    • Banco de Talentos
    • Guia de Licitações Públicas
    • Depósito de Ideias
    • Câmara Nacional de Arbitragem
    • Canal Direto
  • Eventos
    • APP Tech
    • Banho da diversidade
    • Banho de Gestão 2022
    • Concurso Fest’Up de Jingles
    • Concurso TCC 2024
    • Concurso Universitário Paulista Viva
    • Fest’up
      • Fest’Up 2023
      • Fest’Up 2022
      • Painel Festup 2021
    • Prêmio Contribuição Profissional
      • Academia Troféu Garra
    • Jogos Publicitários
    • Fórum de Debates
    • Calendário de Eventos
  • Artigos
    • Atitudes Inspiradoras
    • Mercado
    • Mídia
    • Anunciante
  • Associe-se
  • Área do Associado
  • Contato
  • Pesquisa
  • Menu Menu

Por que eu cansei do mimimi da branquitude

9 de dezembro de 2021/em Mercado, Post de destaque

Andrea Assef – Head de Comunicação do Grupo Publicis

Frantz Fanon, um dos mais importantes pensadores negros do século 20, disse que cada geração deve descobrir sua missão para executá-la ou traí-la. A missão da nossa geração de brancas e brancos não é apenas se indignar com o racismo, é fazer algo de verdade para lutar contra ele! Por isso, não dá mais (pelo menos para mim) para ouvir coisas como “Não sou racista, já namorei uma pessoa negra”. Como explica a professora Lia Vainer Schucman, especialista em relações raciais e autora do livro “Entre o Encardido, o Branco e o Branquíssimo”, este tipo de comentário faz tanto sentido como um homem dizer: “Não sou machista! Até sou casado com uma mulher!”

Também não dá mais para não entender do assunto como desculpa para a ausência de opinião ou para atitudes preconceituosas. No mundo pós-George Floyd, você, branca/branco, não tem mais esse direito. Não há mais salvaguarda. Claro, nós, brancos, somos todos racistas estruturalmente falando. Eu cometo gafes racistas – e as cometerei pela vida toda- mas quanto mais estudo e aprendo sobre o tema menos frequentes elas são. Também tenho o privilégio de conhecer pessoas que me corrigem, alertam, ensinam. Mas foram amizades conquistadas, frutos de trocas, de convivência e de afetos. É diferente de alugar a orelha do colega de trabalho com as dúvidas mais banais. Atenção, ele não é Blackpedia!

Antes da pandemia, quando a vida era presencial, uma amiga me contou que sempre que havia alguma matéria no Fantástico sobre questão racial, na segunda-feira ela já se preparava para ser abordada pelos colegas que queriam saber a opinião dela. “Acontece que nem toda segunda-feira eu estava disposta a falar sobre o assunto! Por que ninguém me pergunta qual filme eu assisti? Onde eu fui jantar?” Ah, Andrea, mas também você não sabe o que quer: se a gente ignora o tema somos insensíveis e se vamos debater com o colega negro também é ruim? Vamos lá. Você age assim com o colega branco sempre que sai uma reportagem sobre a Noruega?

O racismo, essa produção científica do século 18, causou um estrago sem proporções na humanidade e nos fez acreditar que nós brancos somos o normal, o padrão. No Brasil, por exemplo, o racismo se aprende na escola. Foi um projeto concebido pelas políticas educacionais da primeira metade do séc. XX. O historiador porto-riquenho Jerry Dávila, autor do livro “Diploma de Brancura”, investigou o que ocorreu entre 1917 e 1945, período da reforma e expansão do ensino brasileiro no Rio de Janeiro, então a capital federal do país, e o que ele encontrou foram documentos que revelam “como uma elite branca médica, científico-social e intelectual emergente transformou suposições sobre raça em políticas educacionais”. Baseados na lógica eugênica, esses senhores, considerados grandes intelectuais da época, foram responsáveis pela construção de um ambiente de desvantagem de brasileiros não brancos negando acesso igualitário aos programas educacionais.

Já contei no meu LinkedIn a discussão acalorada com um grupo de amigos sobre a contratação de pessoas negras quando ouvi pérolas do tipo “Pense nos seus filhos! Se for assim eles não vão arranjar emprego nunca!”. E este mimimi da branquitude não é um fenômeno brasileiro apenas. É mundial. Em uma entrevista ao The Times, em agosto deste ano, Ash Atalla, produtor do The Office e vencedor de vários BAFTA, a premiação da Academia Britânica de Filmes, disse que tem ouvido pessoas brancas reclamando que estão se sentindo marginalizadas e não podem mais aparecer na televisão enquanto a indústria se debate com questões sistêmicas de diversidade. Oi? O produtor egípcio também não acreditou no que ouviu! “Fico surpreso pelo fato de os brancos estarem preocupados em serem marginalizados, uma vez que comunidades sub-representadas suportaram décadas sem uma plataforma adequada na TV”, afirmou ele ao The Times. Ou seja, o pensamento hegemônico da branquitude só muda de endereço. Por isso, celebro tanto a minha querida amiga Samantha Almeida, a primeira mulher negra a assumir a direção de Criação de Conteúdo na TV Globo. É dela uma das frases mais geniais que já ouvi nos últimos tempos: “Seremos a última geração de primeiros”, quando Micaela Coel foi a primeira roteirista negra a ganhar o Emmy Awards este ano. Finalmente o organograma do poder da Globo ganhou cor! E mais: um novo saber, um outro olhar, uma maneira ricamente diferente de criar!

Celebro também o Ad Júnior, uma das pessoas mais brilhantes que conheço, que é head de marketing do Trace Brasil, o maior canal de cultura afrourbana do mundo, lançado em 2019 no país. O conteúdo dos programas é sensacional, tanto que no início deste ano, o Trace Brasil fechou uma parceria com a Globo para levar os conteúdos da produtora multiplataforma para o Globoplay e o Multishow. Sim, cada vez assistiremos e consumiremos entretenimento e cultura plurais feitos por profissionais não-brancos. Os incomodados que se mudem…de planeta!

Cansei também do mimimi da branquitude que insiste em não contratar pessoas negras para cargos de liderança “porque ela/ele/elu não tem X anos de experiência ou porque não quer colocar a pessoa numa posição na qual ela possa ser queimada caso seja muito incisiva em suas posições. Por trás desses argumentos está o que a professora Cida Bento chama de pactos narcísicos da branquitude no seu fantástico trabalho de doutorado: “Pactos Narcísicos no Racismo: Branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder público.” Cida Bento explica a convergência de sujeitos brancos em face da defesa de seus privilégios, bem como relata que ao se afirmar em posição de igualdade com os brancos, pessoas negras são tomadas como agressivas, pois o estilo subserviente, embora criticado, ainda é o mais aceito, não sendo entendido como competição ou concorrência ao espaço do branco.

E sim, continuarei corrigindo as gafes racistas dos amigos mesmo escutando bobagens. “Ah, estou muito velho para reaprender a falar, a pensar. A plasticidade do meu cérebro não é a mesma.” Agora, para aprender a mexer no Iphone 18 o cérebro de todo mundo funciona, né? Pessoal, chega de mimimi! Não existe nada mais inovador neste momento do que a diversidade.

Share this entry
  • Share on Facebook
  • Share on X
  • Share on WhatsApp
  • Share on LinkedIn
  • Share by Mail
http://webapp195282.ip-173-255-203-40.cloudezapp.io/wp-content/uploads/2021/12/Racismo_Site_Cred_Itakdalee-iStock.jpg 300 575 Christianne https://appbrasil.org.br/wp-content/uploads/2023/08/Favicon.png Christianne2021-12-09 14:44:262021-12-09 14:44:26Por que eu cansei do mimimi da branquitude
0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias

  • ARTIGO: As características e vantagens da Publicidade Digital28 de novembro de 2024 - 15:31
  • ARTIGO: As características e vantagens da Publicidade Digital28 de novembro de 2024 - 14:55
  • APP Brasil inicia as inscrições para o 43º Concurso de TCCs – Prêmio Prof. Ricardo Ramos31 de outubro de 2024 - 16:15
  • ARTIGO: A prospecção (em agências) é uma necessidade básica11 de outubro de 2024 - 11:47
  • Melhorias em práticas de governança são caminho para longevidade das OSCs, apontam especialistas8 de outubro de 2024 - 16:13

Associados

Facebook

Instagram

[instagram-feed]

Institucional

APP Brasil

Corpo Diretivo

Estatuto Social

Presidentes da APP

Mantenedores

Regionais APP

Contato

Programas

Associe-se – Empresas ou Universidades

Associe-se – Sou Estudante

Associe-se – Sou Profissional

Câmara Nacional de Arbitragem

Canal Direto

Código de Ética

Entidade Depositária

Eventos

Calendário de Eventos

Fest’up

Fórum de Debates

Jogos Publicitários

Prêmio Contribuição Profissional

Notícias

APPCAST

APP TV

Mercado

Mídia

Anunciante

Artigos

APP Brasil – Associação dos Profissionais de Propaganda

Rua Capitão Antônio Rosa 409 – 4° andar
Vila Madalena – São Paulo – SP, CEP 01443-010
E-mail: atendimento@appbrasil.org.br
Tel.: +55 (11) 93454-0671

2023 ©Copyright - APP Brasil
Desenvolvimento Agência Webgui
PC Freitas (Africa) e Juliana Vilhena (FCB/Six) assumem GANConfira o shortlist do 40º Concurso Universitário de Campanhas Publicitárias...
Scroll to top

Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

OK

Cookie and Privacy Settings



How we use cookies

We may request cookies to be set on your device. We use cookies to let us know when you visit our websites, how you interact with us, to enrich your user experience, and to customize your relationship with our website.

Click on the different category headings to find out more. You can also change some of your preferences. Note that blocking some types of cookies may impact your experience on our websites and the services we are able to offer.

Essential Website Cookies

These cookies are strictly necessary to provide you with services available through our website and to use some of its features.

Because these cookies are strictly necessary to deliver the website, refusing them will have impact how our site functions. You always can block or delete cookies by changing your browser settings and force blocking all cookies on this website. But this will always prompt you to accept/refuse cookies when revisiting our site.

We fully respect if you want to refuse cookies but to avoid asking you again and again kindly allow us to store a cookie for that. You are free to opt out any time or opt in for other cookies to get a better experience. If you refuse cookies we will remove all set cookies in our domain.

We provide you with a list of stored cookies on your computer in our domain so you can check what we stored. Due to security reasons we are not able to show or modify cookies from other domains. You can check these in your browser security settings.

Google Analytics Cookies

These cookies collect information that is used either in aggregate form to help us understand how our website is being used or how effective our marketing campaigns are, or to help us customize our website and application for you in order to enhance your experience.

If you do not want that we track your visit to our site you can disable tracking in your browser here:

Other external services

We also use different external services like Google Webfonts, Google Maps, and external Video providers. Since these providers may collect personal data like your IP address we allow you to block them here. Please be aware that this might heavily reduce the functionality and appearance of our site. Changes will take effect once you reload the page.

Google Webfont Settings:

Google Map Settings:

Google reCaptcha Settings:

Vimeo and Youtube video embeds:

Other cookies

The following cookies are also needed - You can choose if you want to allow them:

Privacy Policy

You can read about our cookies and privacy settings in detail on our Privacy Policy Page.

Política de privacidade